Visitando o Museu da Abolição

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Oi genteeeee...

Hoje o pôster falará um pouco da minha visita com algumas amigas (Tallita e Sacrllet, minhas companheiras de exploração de museus em Recife kkk) ao Museu da Abolição que fica no Bairro da Madalena me Recife - PE, onde hoje não só apresenta exposições sobre a abolição dos escravos, e o quanto sofreram no período da escravidão, mas também sobre a cultura africana na contemporaneidade, fazendo com que nós entendamos seus costumes, seus modos de viver, suas vestes, e etc.

Google Imagens


Bom, ao entramos no museu, fomos recebidos pela recepcionista, que acionou uma monitora que nos garantiu explicar um pouco sobre a história do museu e suas exposições.

- BREVE HISTÓRICO DO MUSEU DA ABOLIÇÃO

O Museu da Abolição a princípio, era um Sobrado Grande Madalena, construído no século XVII como um engenho de açúcar, tem esse nome por conta de sua antiga moradora, que se chamava Madalena Gonçalves, que também deu origem ao nome do bairro da madalena.

No século XIX, o Sobrado pertenceu ao ministro do Império, o Conselheiro João Alfredo, considerado abolicionista, por conta da sua participação da formulação da Lei Áurea, o qual libertou os escravos brasileiros em 1888.

Em 1961, o Sobrado foi desabrigado para sediar o MBA (Museu da Abolição), que foi inaugurado em 1983.

O MBA, passou algumas dificuldades desde a sua inauguração, por conta da falta de verba, o que resultou em 3 fechamentos, o primeiro em 1990, com reabertura em 1996, depois fechou em 2005 e abriu novamente em 2008, e em 2010 houve uma desocupação por ordem do IPHAN, para se tornar o espaço integral do museu, ficando aberto ao público até os dias de hoje, com entrada gratuita, de segunda a sexta, das 9hrs às 17hrs, e aos sábados das 13hr às 17hrs, e toda segunda, segunda-feira do mês o espaço é fechado.



-  EXPOSIÇÃO: CULTURAS AFRICANAS - ARTE, MITOS E TRADIÇÕES

Começando nossa visita, entramos em uma sala, que segundo a nossa monitora é uma representação de uma sala de visita do rei de Camarões (país africano), com suas vestes, bebidas de costume, máscaras africanas, dentre outro utensílios que podem ser observados nas imagens abaixo: 


Nessa cadeira só quem podia sentar era o rei e quem fosse mãe de gêmeos, se alguém que não se encaixa nesses padrões e se sentarem na cadeira do rei, ele será amaldiçoado, segundo suas crenças.

Logo após seguimos para uma sala afrente que mostrava os diversos tipos de máscaras de países africanos, como Nigéria, Camarões, Congo, Moçambique, e etc...


 
Essa Imagem dos gêmeos, em cima de um móvel, representa de fato os gêmeos, pois em Camarões, por exemplo, os gêmeos eram considerados profetas, que vinham ao mundo para revelar ao que mudaria a vida daquela comunidade, seja ela boa ou ruim, e a comunidade acreditava plenamente do que eles diziam.
Quando morriam essas imagens eram postas na casa de seus familiares, onde dão comida, como se tivessem cuidando mesmo deles, mas sabendo que eles estão cuidando da comunidade em outro plano juntamente  om os ancestrais.




Essas máscara eram feitas para diversas ocasiões, como casamentos, colheitas, mortes, festas, e etc, mas não era utilizada por qualquer pessoa, haviam seus critérios. 

Essas duas imagens em cima do móvel, representa um menino e uma menina, em um de seus maiores tamanhos, onde as mulheres grávidas usavam quando desejassem que fosse um dos sexos, e carregavam essas imagens em suas costas até o fim da gestação. 
Caso ela passasse os nove meses com uma dessas imagens, e a criança nascesse do sexo oposto o qual era desejado, era porque os ancestrais a tinham castigado por algo de errado que ela fez na terra.



                                                                            Essa máscara é usada                                                                                     quando alguém da tribo                                                                                 morre, pois eles não                                                                               lamenta a morte, e sim festejam,                                                                 como forma de que a pessoa está                                                                       em outro plano melhor que esse,                                                                  ajudando a cuidar das pessoas que                                                           ainda estão na terra. Essa festa dura                                                                      em média uma semana na tribo.

Logo após essa sala com belíssimas representações de máscaras e imagens africanas, nos dirigimos a uma sala ao lado que também mostrava essa cultura refletida em arte, como mostra as figuras abaixo:




                                                             
Essas bicicletas de madeira, foram desenvolvidas por moradores da República dos Camarões, para não ficar por baixo dos europeus que ja apresentavam suas bicicletas mais modernas, então utilizou os materiais que estavam em seu alcance e transformaram em uma bicicleta, que é arrastada e freada com os pés.






















Essas máscara são utilizadas no período da colheita, onde cada tamanho representa a fartura da colheita daquela determinada época do ano, pois quanto maior a fartura maior o tamanho da máscara na vertical, quanto menor a fartura, menor a máscara.



- 2º EXPOSIÇÃO: CICATRIZES

Depois de apreciarmos e conhecermos um pouco da cultura africana, nos dirigimos ao 1º andar, onde continha uma exposição de Braz Marinho, bem mais contemporâneo e subjetivo que a exposição anterior, como mostram as fotos abaixo:









Braz Marinho ao realizar essa obra, de uma espécie de santuário de santo católico, com um rolo de papel higiênico, podendo gerar várias interpretações, o qual você mesmo pode realizar a sua (aproveita e deixa um comentário sobre qual sua interpretação dessa obra)






















Antes de sairmos, visitamos algumas salas de entretenimento para crianças, jovens, e adultos, um exemplo foi uma sala com vário objetos de países africanos, como os lenços na cabeça das africanas, os instrumentos musicais, desenhos de crianças das máscaras apresentadas no início da exposição, e etc. Além de visitar um mini auditório com capacidade de 50 pessoas, disponível ao público para realizar quaisquer atividade que envolva os objetivos da MBA (cultura negra), com um pré agendamento, assim também funciona alguns espaços como para ensaios de bandas, salas para oficinas, biblioteca/Arquivo e um belo jardim, todos esses espaços aberto ao público, mas como disse antes, com um pré agendamento. Algumas imagens abaixo, mostra um pouco desses espaços.









E pra encerrar, um curto vídeo, onde nossa monitora nos ensinou (em mim) um modo básico de fazer um turbante com lenços na cabeça, trazendo um pouco da cultura africana para nossa realidade:



Site do Museu: http://museudaabolicao.museus.gov.br/

Bom, é isso! Espero que tenha gostado, e conselho de experiente, visite o museu, há muito o que aprender, há muito o que conhecer, há muito o que falar!
Beijo, e até o próximo pôster ;*